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15/04/2004 - Brasil : pescadores

Petrobras se reúne com pescadores

Côlonia precisa de cestas básicas

Natasha Neri

Especial para o JB

Representantes da colônia de pescadores Marcílio Dias, na Penha, se reuniram ontem à tarde com a diretoria da Petrobras para discutir a possibilidade de apoio social à comunidade - uma das atingidas pelo vazamento de óleo na Baía de Guanabara, provenientes da Refinaria de Duque de Caxias, em 2000. Enquanto aguardam as sentenças dos processos, os trabalhadores reivindicam a distribuição de cestas básicas.

- Pela primeira vez, em quatro anos, conseguimos ser ouvidos pelos diretores. Já é uma vitória, mas queremos abrir as portas para outras colônias que também foram afetadas pelo desastre - comemorou o presidente da Cooperativa de Pescadores Marcílio Dias (Marcoop), Jorge Soares dos Santos.

O secretário-executivo da Assembléia Permanente de Defesa do Meio Ambiente do Rio de Janeiro (Apedema), José Miguel da Silva, e outros três ambientalistas foram impedidos de participar da reunião, na Reduc. Segundo Jorge, a conversa não foi muito produtiva.

- Eles insistiram em dizer que não são a única fonte poluidora da baía e não deram tanto espaço para nossas reivincações. Vamos aguardar um retorno, mas, se demorar muito, haverá outra barqueata. Desta vez vamos fechar a entrada da Reduc com mais barcos - ameaçou Jorge.

Do lado da Petrobras, havia otimismo. Segundo Ricardo Azevedo gerente de Saúde, Meio-Ambiente e Saúde da empresa, as propostas dos pescadores serão analisadas, inclusive as cestas básicas.

- A reunião foi positiva, procuramos mostrar a eles as causas básicas dos problemas deles, que são maiores que o derrame de óleo de 2000. Em relação ao que é despejado em esgoto na Baía de Guanabara, o derrame teve efeitos ínfimos - minimizou Azevedo.

De acordo com o gerente de setor da estatal, o problema mais grave dos pescadores é de comercialização.

- Uma só empresa comprava 90% do que eles pescavam. Só que a empresa faliu, e eles perderam mercado - disse.

A informação de que alguns peixes e crustáceos tiveram queda de até 95% de incidência na Baía de Guanabara foi publicada no domingo pelo Jornal do Brasil. Os dados são de um laudo elaborado por um perito judicial da 20ª Vara Cível do TJ. j

Fonte: Jornal do Brasil