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07/06/2006 -

CUT elege nova direção executiva

William Glauber

Do Diário do Grande ABC

Fundada há duas décadas em São Bernardo e atualmente a maior entidade sindical da América Latina, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) deu início segunda-feira ao 9º Congresso Nacional (ConCUT) no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo. Até sexta-feira, o evento reúne mais de 2,8 mil delegados de sindicatos de todo o país dos setores público e privado, que, após acalorados debates políticos, elegem 32 membros da direção executiva para os próximos três anos.

Dessa disputa, o eletricitário Artur Henrique dos Santos, atual secretário-geral, deve emergir como o presidente da CUT. O sindicalista de Campinas, da Articulação Sindical principal corrente da entidade , conta hoje com apoio de sindicatos fortes, como os Metalúrgicos, Químicos e Bancários do ABC. Vale lembrar que Jair Meneghelli, Vicente Paulo da Silva e Luiz Marinho, todos da região, já estiveram no comando da central.

O presidente da CUT-SP, Edilson de Paula, diz que o nome de Santos se apresenta por conta da atuação do sindicalista na secretaria-geral. "O Artur se preparou para a discussão sobre reforma sindical, foi um quadro construído ao longo do tempo. Ele ainda conta com amplo apoio do campo majoritário", conta.

A Articulação Sindical, no entanto, não definiu oficialmente o candidato. Lança-se também ao posto máximo o atual presidente da CUT, o professor João Felício. Reuniões de membros da Articulação foram realizadas antes do início do congresso para garantir consenso, e, durante o evento no Anhembi, outros encontros acontecerão para a definição de um único candidato.

Além dos dois pré-candidatos da Articulação Sindical, corrente ligada ao PT, a CSC (Corrente Sindical Classista) apresenta o metroviário Wagner Gomes, do PC do B, como postulante. Uma quarta candidatura de "esquerda" ainda deve ser anunciada, com membros alinhados ao recém-nascido PSOL. As correntes CSD (CUT Socialista Democrática) e Trabalho devem somar forças à chapa da Articulação.

Unidade Embora a diversidade política coloque sindicalistas em disputa, o apoio de ampla maioria dos membros da CUT à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva forma quase consenso de unidade. "A CUT sempre soube se posicionar no cenário político. A CUT tem opinião sobre temas como dívida externa, reforma agrária, globalização da economia", aponta o presidente, João Felício.

Os dirigentes ressaltam ganho real em campanhas salariais, a criação do CNRT (Conselho Nacional de Relações do Trabalho) e o reconhecimento legal das centrais sindicais como conquistas. No entanto, eles criticam o superávit primário, altas taxas de juros e câmbio flutuante.

Organização O secretário-geral da CUT, Artur Henrique dos Santos, conta que o congresso da CUT tem legitimidade por eleger, através de assembléia, os delegados de mais de 3,9 mil sindicatos filiados. "Tivemos congressos regionais em todos os Estados", diz. O candidato à presidência da CUT também comemora a participação de 117 representantes internacionais.

Nesse ConCUT, os delegados discutem eleições, emprego, inclusão social, universalização de direitos, fortalecimento da central e relação com movimentos sociais.

Volks Os sindicalistas da CUT prometem levar o plano de reestruturação da Volkswagen do Brasil aos debates do 9º ConCUT. "Vamos debater caso da Volks porque congresso é momento de trocas de idéias", diz o presidente da central, João Felício. Membros da central sindical alemã e IG Metal (sindicato dos metalúrgicos da Alemanha) participam do ConCUT.

Força A CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), da Força Sindical, realiza nesta terça-feira e nesta quarta-feira o 1º Congresso Nacional. O evento acontece na Colônia de Férias dos Têxteis de São Paulo, em Praia Grande, e contará com 1,2 mil delegados, representantes de 150 sindicatos.



Fonte: Diário do Grande ABC