12/06/2006 -
Para OIT, trabalho infantil pode ser eliminado em 10 anos
GENEBRA (Suíça) - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) propôs acabar em, no máximo, dez anos com o trabalho infantil de cerca de um milhão de crianças com entre 5 e 17 anos que vendem sua mão-de-obra a minas e pedreiras de todo o mundo. Por ocasião do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que é celebrado hoje, a OIT pediu ontem a governos, sindicatos e empresários relacionados ao setor minerador que unam suas forças para regular as atividades em minas e pedreiras isoladas.
De acordo com os dados da organização, mais 400 mil crianças trabalham nas principais pedreiras e áreas de exploração artesanal de ouro, prata, estanho, carvão, esmeralda e argila em países como Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Em condições físicas e psicológicas vulneráveis, essas crianças têm um dos trabalhos mais perigosos do mundo.
Entre muitas de suas tarefas, elas manipulam explosivos, quebram rochas, levam cargas pesadas, usam substâncias tóxicas como o mercúrio e trabalham com equipamentos e máquinas perigosas. Além disso, elas trabalham, em geral, em áreas remotas e vivem em condições precárias, sem água potável, sem freqüentar a escola e sem a possibilidade de receber auxílio médico de emergência em casos de acidentes ou doenças graves.
Para reforçar a luta contra esse tipo de exploração, representantes de governos, sindicatos e patronais, reunidos em Genebra por ocasião da Conferência anual da OIT, assinaram um acordo por meio do qual se comprometem a trabalhar para eliminar o trabalho infantil em um período de entre cinco e 10 anos.
Entre os que assinaram o documento encontram-se Brasil, Colômbia, Equador, Nicarágua, Peru, Burkina Fasso, Costa do Marfim, Mali, Gana, Senegal, Togo, Tanzânia, Mongólia, Filipinas e Paquistão. Os analistas da OIT acreditam que a meta é realista, já que as crianças que trabalham no setor são relativamente poucas comparadas aos 245 milhões de crianças trabalhadoras de todo o mundo. Deste total, 179 milhões realizam atividades perigosas ou são forçadas a se prostituir ou a participar do tráfico de drogas e de conflitos armados, segundo dados da agência especializada da ONU. (EFE)
Fonte: Tribuna da Imprensa
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