20/07/2006 -
Prandi quer audiência para tratar do TAC
Da Reportagem
A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) está solicitando o agendamento de audiência com a subdelegada regional do Trabalho, Rosângela Mendes, e o diretor regional da Fundacentro, Salvador Pires. O objetivo é discutir ações para obrigar a Rhodia a cumprir os itens do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que tratam especificamente da saúde dos ex-funcionários da multinacional francesa.
O TAC foi firmado em 1995, na Promotoria de Justiça de Cubatão, mas os ex-trabalhadores alegam que a Rhodia não realiza exames laboratoriais há mais de sete anos, embora tivesse que promovê-los a cada seis meses, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Os ex-funcionários alegam ainda que a multinacional também dificulta o acesso ao plano de saúde que ficou obrigada a oferecer aos contaminados pelo hexaclorobenzeno e pelo pentaclorofenol, considerados substâncias cancerígenas, mutagênicas e prejudiciais aos sistema nervoso central.
É absurdo que depois de espalhar lixo tóxico por praticamente toda a Baixada Santista, a Rhodia continue desrespeitando as pessoas e não cumprindo as determinações judiciais, enfatiza Prandi.
Na Assembléia Legislativa, a deputada tem lutado por um completo levantamento sobre a contaminação das pessoas que residem nas áreas próximas aos lixões químicos.
Entre outras compensações, a Rhodia deveria construir um hospital na Área Continental de São Vicente para atender as vítimas da contaminação. O local foi um dos mais afetados pelos poluentes e até hoje abriga uma estação de espera.
Criada no final dos anos 80 para abrigar 12 mil toneladas de poluentes durante 30 meses, a unidade ainda abriga 33 mil toneladas de dejetos químicos.
Levantamento feito pela Organização Mundial de Saúde classificou a contaminação causada pela Rhodia como um dos oito maiores desastres ecológicos da história. Entre 1969 e toda década de 70, a empresa despejou, sem autorização nem controle, toneladas de produtos tóxicos em pelo menos 11 pontos da Baixada Santista. Nos anos 80, foram descobertos lixões químicos em Cubatão, São Vicente e Itanhaém.
Fonte: A Tribuna
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