NOTÍCIAS - Brasil

22/07/2006 -

Sindicato culpa administrador por agressão a profissionais no Tapanã

Insatisfeitos com o atendimento na Unidade Municipal de Saúde do Tapanã, moradores do bairro criticam a administração municipal e, em alguns casos, exageram no protesto. Na última terça-feira, 18, uma usuária atacou a pediatra Benedita Assayag no local. Dois meses antes, outro funcionário foi agredido na mesma unidade. 'Não tem remédio, o doente fica sem atendimento e, às vezes, os funcionários ainda tratam mal a população... O povo se revolta e começa a fazer coisas', argumenta o vendedor Roberto Paulo Pantoja, 50 anos.

Para a dona de casa Lia Barroso, 40, o que falta no posto é organização. Ontem, ela saiu de lá sem atendimento ginecológico decorrente da falta do médico. 'Aqui é comum os médicos faltarem, principalmente no período das férias. Que nem na segunda-feira, que eu marquei o acompanhamento para o meu problema de hipertensão e a enfermeira não veio. Os funcionários me disseram que ela estava de férias, mas ainda há pouco conversei com ela. Era mentira. Ninguém sabe de ninguém aí', criticou a paciente.

O abandono foi percebido também quando uma menina de cinco anos, com vômito e diarréia há dois dias, deixou de ser atendida porque não havia ninguém para aplicar a medicação. O caso ocorreu enquanto a reportagem do jornal estava na unidade médica. Do portão de saída do estabelecimento, o pai da criança contou que foi avisado de que só seria atendido depois de meio-dia.

A Secretaria Municipal de Saúde não autorizou a entrada da reportagem na Unidade de Saúde e, por meio de uma nota enviada ao jornal, informou que os quatro ginecologistas lotados no posto cumpriram normalmente o expediente ontem. A denúncia da falta de atendimento à menina por falta de enfermeiros também foi negada pela assessoria de imprensa do órgão. De acordo com a nota, o posto possui oito Técnicos em Enfermagem, divididos entre os setores de Urgência e Emergência (2), Injetável (2), Vacina (2), Pezinho (1) e Curativo (1).

Agressão

O Sindicato dos Médicos do Estado do Pará se pronunciou ontem quanto à agressão sofrida pela pediatra Benedita Assayag, no início desta semana. Segundo o diretor da entidade, João Gouveia, a responsabilidade pelo ataque é do gestor da unidade. Ele afirmou que a segurança dos profissionais foi motivo para que a Prefeitura de Belém efetuasse a troca de vigilantes dos postos há menos de um ano. De uma empresa privada, ela passaria a ser função da Guarda Municipal.

'Aqui e acolá acontece alguma agressão ao médico nesses locais - física, verbal ou quebra de vidro. Quando isso ocorre, o sindicato tem como intervir. Mas, para isso, a vítima precisa registrar um boletim de ocorrência na delegacia e depois acionar a assessoria jurídica do sindicato para que seja aberto algum processo administrativo e judicial', explicou João Gouveia. l

Fonte: O Liberal