03/08/2006 -

Trorion ganha 48 horas para se apresentar à Justiça

William Glauber

Do Diário do Grande ABC

A Trorion SA, de Diadema, ganhou 48 horas para apresentar à Justiça do Trabalho documentos que comprovem a regularidade dos encargos trabalhistas da companhia. Em audiência conciliatória realizada terça-feira no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na capital, perante juiz, trabalhadores e dirigentes sindicais, representantes da empresa disseram existir acordo com a Caixa Econômica Federal para depósito do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Segundo o coordenador da subsede de São Bernardo do Sindicato dos Químicos do ABC (filiado à CUT), Wanderley Salatiel, a fabricante de colchões garantiu também estar em dia com o recolhimento de contribuições ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Os trabalhadores, no entanto, deflagraram greve para exigir pagamento de salários e também depósito no FGTS e na Previdência Social, em atraso, segundo eles, há sete anos.

Com 16 dias de paralisação, a greve dos trabalhadores da Trorion pode ser julgada na próxima semana. Terça-feira, o juiz não determinou o retorno ao trabalho. Na mesa do TRT, os empregados exigem o pagamento do adiantamento salarial, atrasado desde o dia 20 do mês passado. A empresa disse no tribunal não poder efetuar o depósito, mas assegurou que até sexta-feira teria dinheiro para quitar as pendências, e solicitou aos empregados o retorno às atividades.

O dirigente sindical Salatiel disse que os empregados acordaram em assembléia voltar às atividades somente após os depósitos dos pagamentos em atraso. "Primeiramente, a empresa paga. Depois, a gente pede para estabelecer um calendário de reuniões para discutir o pagamento dos dias parados, da multa dos atrasos, PLR, FGTS e INSS", explicou.

Terça-feira, mais de 20 trabalhadores acompanharam a audiência no TRT e dois dos empregados da Trorion compuseram a mesa de negociação. Nesta quarta-feira, para informar os acontecimentos da sessão, os trabalhadores realizam assembléia na porta da fábrica. Procurada, a direção da Trorion não retornou à reportagem.

Fonte: Diário do Grande ABC