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04/08/2006 -

Cadastrados querem ser sindicalizados

Da Reportagem

Fundada oficialmente no último dia 26 de julho, em ato realizado na sede do Sindicato dos Empregados nos Estabelecimentos de Saúde, a Associação dos Trabalhadores Cadastrados na Estiva está empenhada numa luta que já vem de alguns anos e cujo objetivo é unir a categoria para garantir a conquista de benefícios. O primeiro passo nesse sentido é obter o direito à sindicalização na Estiva, o que hoje é proibido pelo estatuto da entidade.

O presidente da associação, Heliomar Júnior, explica que o grande desafio no momento é organizar os cerca de 1.100 cadastrados, também chamados de bagrinhos, para que eles possam batalhar por melhores condições de trabalho. A intenção é unir forças para que possamos brigar por nossos direitos de forma organizada.

Heliomar fez questão de destacar que a associação não está pleiteando a passagem do cadastro para o registro. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Não queremos mudar essa estrutura. O que pretendemos é participar, por meio do sindicato, das decisões que envolvem a categoria, disse ele, salientando que hoje o bagrinho não pode participar das assembléias da Estiva, pois não tem dieito a voto. É isso que estamos tentando mudar.

Para viabilizar a proposta, Heliomar revelou que vai encaminhar ofício ao presidente da Estiva, Rodnei de Oliveira Silva, solicitando a realização de uma assembléia para decidir sobre a mudança do estatuto da categoria de modo a possibilitar a sindicalização dos bagrinhos.

O fato de hoje o sindicato abrigar apenas trabalhadores registrados não seria alterado, pois a única coisa que queremos é participar do sindicato, obedecendo as regras atuais dos cadastrados.

Impasse

O maior problema, segundo o presidente da associação, é que os bagrinhos têm ficado à margem das discussões importantes como, por exemplo, a implantação da escala eletrônica e as negociações da campanha salarial.

Segundo ele, a situação é difícil porque, na hora da negociação, os cadastrados não conseguem espaço para defender suas reivindicações e acabam criticando a postura do sindicato.

Por sua vez, o sindicato não tem como exigir dos cadastrados uma participação mais ativa em suas ações, como no caso da greve de 24 horas que está sendo planejada em função do impasse nas discussões da campanha salarial com o Sopesp, porque eles não são associados.

Fonte: A Tribuna