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05/08/2006 -

Greve na Colchões Trorion chega ao 19º dia sem proposta concreta

William Glauber

Do Diário do Grande ABC

A greve dos trabalhadores da Colchões Trorion, de Diadema, chega ao 19º dia de braços cruzados e o impasse na solução dos problemas persiste. Sindicalistas e trabalhadores da fabricante de colchões contam que a empresa apresentou sexta-feira uma proposta para o retorno às linhas de produção, a partir de segunda-feira. A Trorion, no entanto, contraria os grevistas e considera a paralisação esvaziada há mais de uma semana.

Segundo o coordenador da regional de São Bernardo do Sindicato dos Químicos do ABC (filiado à CUT), Wanderley Salatiel, a gerência de Recursos Humanos da Trorion solicitou informalmente o retorno aos postos de trabalho. Em contrapartida, a empresa ofereceria o pagamento de metade do adiantamento do salário, em atraso desde o dia 20, e também o depósito dos salários na segunda-feira.

Salatiel, porém, diz que os trabalhadores em greve acordaram em assembléia a volta à fábrica apenas após o pagamento integral do adiantamento mais o pagamento do dia 5, que deveria, por força da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), ter sido depositado sexta-feira nas contas dos empregados. Além disso, o sindicalista ressalta que os trabalhadores ainda aguardam a entrega da cesta básica.

O gerente de Recursos Humanos da Trorion, Newton Miranda Filho, contradiz Salatiel e diz que o sindicalista mente. "Não tem proposta nenhuma. É mentira porque nós já pagamos tudo. Sexta-feira (quinta-feira), todos os trabalhadores receberam o adiantamento atrasado. A greve, no meu entendimento, acabou e não sei por que um grupo menor fica lá fora", questiona Miranda.

Segundo o executivo, a fábrica conta hoje com 95% dos empregados na linha de produção, permanecendo em greve apenas 20 trabalhadores. Sindicalistas afirmam que mais de 50 trabalhadores permanecem em greve e "firmes" no movimento. Mas, na versão de Miranda, a greve chegou ao fim.

"O primeiro dia de paralisação foi forte porque o sindicato segurou pessoal, que, com medo de constrangimento, não trabalhou. Há uma semana, a produção está normalizada", garante o gerente de RH. Em relação ao pagamento dos dias parados, Miranda é contundente: "Essa questão está em demanda no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Se a justiça determinar, pagaremos". Os trabalhadores também reivindicam pagamento de FGTS e recolhimento da contribuição ao INSS.

Fonte: Diário do Grande ABC