NOTÍCIAS - Brasil

06/08/2006 -

Bancos: diferenças de tarifas chegam a 567%, diz ProTeste

Da AE

Está cada vez mais caro manter uma conta bancária no Brasil. Além da quantidade de tarifas e dos aumentos promovidos nos últimos anos, a disparidade entre as taxas é grande. O que exige muito cuidado por parte dos consumidores no momento de escolher o plano adequado para suas necessidades. Segundo levantamento feito pela Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), com 14 instituições financeiras, a diferença entre os pacotes bancários pode chegar a 567%.

O economista da entidade, Leonardo Diz, comenta que muitas vezes os consumidores não usam todos os serviços embutidos nos pacotes. "O problema é que as pessoas não têm acesso à cesta de tarifas. Quem escolhe é o gerente", critica. Leonardo explica que os serviços usualmente disponíveis nas cestas são: extrato, saque, cheques e transferências. O que varia entre as instituições (e entre as cestas) é a quantidade de serviço de cada uma. Se usar mais do que o previsto, você paga pelo que excedeu.

A entidade analisou 56 cestas de serviços e constatou que, na maioria dos bancos, é mais vantajoso contratar uma cesta de serviços que pagar pelas tarifas avulsas.

O vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira, recomenda que os consumidores identifiquem os serviços bancários mais usados e faça uma pesquisa entre as instituições. "O objetivo é negociar as taxas cobradas, mas se isso não for possível, vale a pena trocar de instituição", diz ele, em estudo sobre a evolução das tarifas bancárias entre 2001 e 2006.

Recomendações Oliveira recomenda ainda que os consumidores usem serviços bancários de internet, que normalmente não têm tarifas, e que não façam cheques de valor baixo. "As taxas são elevadas para punir esse tipo de uso." Outra dica é usar racionalmente os serviços. Normalmente, como não sabem o preço das tarifas, tendem a exagerar no uso dos serviços. "É freqüente os consumidores tirarem diariamente extratos e dinheiro no caixa eletrônico."

Custódia A decisão do Banco Central de transferir a custódia do papel moeda, até então em seu poder, para o Banco do Brasil, pode parar no bolso do consumidor, afirma o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central de São Paulo). Segundo a entidade, o serviço vem sendo feito pelo Banco do Brasil desde julho com tarifa de 0,016% sobre o serviço. Antes, o custo era zero. O presidente do Sinal, Daro Piffer, afirma que esse custo adicional poderá ser repassado para o consumidor na forma de aumento de tarifa bancária.

SAIBA MAIS

Reclamação

O cliente não tem o direito de reclamar de taxas abusivas cobradas pelos bancos. A constatação é do técnico da Fundação Procon-SP, Diógenes Donizeti. O máximo que se pode fazer, caso se sinta prejudicado, segundo ele, é mudar de banco.

Alta

Pesquisa feita pelo Anefac mostra que as tarifas bancárias subiram 384% em 5 anos. Não há limite para o aumento e as instituições têm liberdade para fazer reajustes. "Só o Banco Central pode vetar as altas tarifas", diz Diógenes Donizeti, do Procon-SP.

Obrigação

O banco é obrigado a informar o consumidor sobre todas as taxas cobradas e, em caso de reajuste, a mudança deve ser comunicada com 30 dias de antecedência, depois de já ter sido aprovada pelo Banco Central. O banco geralmente informa o cliente com uma tabela fixada no mural da agência. Não há uma comunicação direta.

Dica

Como o cliente não pode fazer nada em relação às taxas abusivas, o Procon orienta a avaliar a cesta de serviços e cortar aqueles que são desnecessários.



Fonte: Diário do Grande ABC