08/08/2006 -
Diretor do Sindicato dos Metalúrgicos é morto a facadas em Angra dos Reis
Paulo Agildo levou 15 facadas quando chegava em casa; vítima passava o fim de semana no Perequê
Volta Redonda
Foi enterrado no final da tarde de ontem, no Cemitério de Cambuquira-MG, o corpo do diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Paulo Agildo de Liz, assassinado na madrugada de ontem em Perequê, em Angra dos Reis, onde passava o fim de semana. O sindicalista foi golpeado várias vezes nas costas, no rosto e no pescoço, e quase teve o polegar direito decepado, supostamente tentando se defender do agressor, Wellington Luis Fernandes da Silva, de 18 anos, que foi preso em flagrante e disse na 166 DP que matara por ciúme. O crime ocorreu quando Paulo Agildo chegava na sua casa de praia, na Travessa Nova Iguaçu.
Agildo teria sido seguido desde um forró, onde conversava com uma jovem de 18 anos, ex-namorada de Wellington, e antes de seguir para casa jantou num restaurante no Centro do bairro, segundo a versão policial. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Carlos Henrique Perrut, contou pelo celular ao DIÁRIO DO VALE, em Cruzilha-MG, a caminho de Cambuquira, que um outro sindicalista que se encontrava no Perequê, tinha apurado que o diretor de Saúde do sindicato trancava o portão, quando o homem que confessou o crime pulou o muro e o atacou pelas costas.
A notícia do assassinato de Paulo Agildo chegou ao Sindicato dos Metalúrgicos às 7 horas e imediatamente a direção do órgão rumou para Angra dos Reis, de onde, no final da manhã, logo depois de ter sido liberado pelo IML, foi levado para Minas Gerais. A sede do sindicato foi fechada às 11 horas e os funcionários dispensados. Um ônibus e uma van transportaram os diretores do sindicato para o enterro em Cambuquira, onde Paulo Agildo nasceu. Mesmo separado da família, Paulo Agildo tinha bom relacionamento com a ex-mulher e os dois filhos, que moram no Rústico.
- Paulo Agildo estava com a gente no sindicato desde 1995. Era uma pessoa de boa índole, estava aposentado, mas gostava de trabalhar. Cansamos de dar-lhe conselhos para ir morar no sítio da mãe dele em Cambuquira. Não acreditamos em crime passional. O sindicato vai acompanhar o inquérito e buscar a causa verdadeira do crime - disse Perrut.
OPERAÇÃO - Paulo Agildo de Liz foi preso em maio de 2004, em companhia de outras seis pessoas, pela Operação Aço Inox da Polícia Federal, que investigava supostas fraudes contra a Previdência Social. Segundo a PF e o juiz da 4ª Vara Federal, Marcelo Bretas, encarregado do processo, o esquema que consistiria na obtenção de benefícios previdenciários irregulares provocava um prejuízo de R$ 10 milhões anuais aos cofres do governo federal. Os processos, segundo as suspeitas, eram sobre aposentadorias fraudulentas, por meio da utilização de laudos técnicos falsos, segundo as investigações.
Após 40 dias recolhido na Casa de Custódia de Volta Redonda, Paulo Agildo foi solto e reintegrado na direção do Sindicato dos Metalúrgicos, de onde estava de saída depois de 11 anos de serviço, em conseqüência de sua chapa, encabeçada por Jadir Baptista, ter perdido as eleições do órgão.
Fonte: Diario Gremial
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