09/08/2006 -

Multinacional deixa Bahia a caminho de Mogi das Cruzes

A Kimberly-Clark mudará a sede da fábrica de papel higiênico Bacraft porque, segundo os dirigentes, há mais demanda pelo produto

Paulo Lemos

SALVADOR - A direção da multinacional com sede nos Estados Unidos, Kimberly-Clark, anunciou nesta terça-feira a transferência da fábrica de papel higiênico Bacraft, de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano, para Mogi das Cruzes, no interior paulista. O objetivo da empresa é ampliar a produção em São Paulo, onde segundo a avaliação dos dirigentes, há mais demanda pelo produto. A fábrica baiana vinha registrando ociosidade de até 50% de acordo com dados acumulados desde 2002.

Segundo o diretor de Assuntos Corporativos, Marco Iszlaji, o plano consiste ainda em modernizar a indústria paulista com a construção de um novo centro de distribuição para a marca Comfortex, já consolidada no mercado.

Apesar de ter se tornado uma marca popular, as dificuldades de logística e de operação em Santo Amaro tornaram o produto pouco competitivo. Conforme a multinacional, com a transferência, a Bacraft poderá ampliar a produção, já que o maquinário de Santo Amaro tem capacidade de até 1,5 mil metros de papel por minuto - mais que o dobro do que se pode produzir na Bahia.

Impacto social

Para amenizar o impacto social da demissão de cerca de 150 funcionários, além da perda de dezenas de postos de trabalho indiretos, a direção da empresa divulgou alguns benefícios financeiros.

Na negociação com a direção do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Papel na Bahia ficou acordado que a Bacraft procurará meios de requalificar o pessoal demitido como forma de tentar reinserir a mão-de-obra no mercado de produtos e serviços.

Também serão transferidos para outras empresas do grupo parte dos empregados que não conseguirem colocação em fábricas baianas. O diretor do sindicato, Celso Silva, convocou reunião de diretoria e assembléias com os trabalhadores para analisar a proposta de oferta de cesta básica e assistência médica até dezembro para os demitidos.

Fonte: O Estado de S.Paulo