18/08/2006 -
Progresso deixa de pagar trabalhador terceirizado
Ingrid Costa
Especial para o Diário
Os funcionários terceirizados do setor de limpeza da UniABC foram surpreendidos na última semana com a notícia de que não iriam mais trabalhar a partir do dia 14. Isso porque o contrato da Progresso Prestação de Serviços, empresa de São Caetano da qual eram contratados, já tinha terminado desde julho. "Cumprimos o aviso prévio sem saber" fala a auxiliar de limpeza, Diana Santana. Além de ficarem desempregados, os ex-funcionários informam que não receberam o salário do mês de julho que era para ser pago no dia 5 e nem vale-transporte e refeição.
Ontem cerca de 20 trabalhadores ficaram em frente à sede da empresa esperando para ser atendidos. "Eles mandaram a gente chegar às 8 horas, mas até agora ninguém saiu para dar satisfação", reclamou outra auxiliar de limpeza, Zenaide Santana, às 11h30, que há quatro meses trabalhava para a Progresso. Edivalda Rodrigues dos Santos Brito, que coordenava o trabalho dos outros auxiliares de limpeza, também trabalhou por quatro meses e calcula que a Progresso deve à ela mais de R$ 600.
Se o fato surpreendeu os trabalhadores da Progresso, já era esperado pelo Siemaco ABC (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação). Segundo o diretor administrativo do Sindicato, José Fernando Deodato da Silva, a Progresso já vem perdendo alguns contratos, e segundo ele, a prestadora de serviços alega não ter dinheiro para pagar os funcionários. "Vamos nos reunir com a direção da empresa e ver quais procedimentos tomar. Mas os trabalhadores não vão ficar sem receber o dinheiro. Se a Progresso não pagar, a empresa contratante é a responsável", diz.
Segundo o Enunciado número 331, do Tribunal Superior do Trabalho, "a inadimplência das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações...", afirmou.
Depois de muita espera na porta da Progresso, os 16 trabalhadores que ainda não tinham recebido a rescisão contratual, conseguiram receber o dinheiro, mas segundo Edivalda, eles informaram que não tem previsão para o pagamento dos salários atrasados.
Fornecedores - Junto aos funcionários em frente à Progresso, estava o empresário José Maria dos Anjos, a empresa dele prestava serviços de limpeza de fachadas para a Progresso há 10 anos. José Maria alega que desde junho tenta negociar o pagamento de alguns serviços, mas que a Progresso sequer o atende por telefone. "Eles me passaram dois cheques sem fundo que somam R$ 16,8 mil", disse. Procurada pela Diário, a Progresso não quis falar sobre o assunto.(Supervisionado por Fernando Bortolin)
Fonte: Diário do Grande ABC
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