23/08/2006 -
Bancário faz greve em 40 agências da região
Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
Pelo menos 40 agências bancárias no Grande ABC vão entrar em greve na próxima segunda-feira. Representantes dos bancários decidiram organizar um movimento nacional de paralisação parcial, após a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) rejeitar, anteontem, as reivindicações da categoria. A paralisação vai durar 24 horas e acontecerá na véspera da nova reunião entre a federação e os sindicatos.
Os bancários pedem a recomposição da inflação e aumento real de 7,05%. Exigem ainda PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) de um salário bruto acrescido de valor a ser definido e divisão de 5% do lucro líquido dos bancos. A categoria também espera a inclusão da 13ªcesta-alimentação e do 14º salário. Somente na região, as mudanças afetariam 7 mil bancários.
"A campanha salarial é nacional. Se novas propostas não forem apresentadas, vamos organizar uma greve por tempo indeterminado", afirmou a presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Maria Rita Serrano. Em outubro do ano passado, os bancários chegaram a ficar seis dias em greve e conseguiram reajuste salarial de 6% retroativo ao mês anterior.
De acordo com Maria Rita, durante toda esta semana, o sindicato vai conversar com a categoria com o intuito de organizar a paralisação e definir as atividades que serão realizadas no dia 28 para pressionar os bancos.
Lucros Para estabelecer as exigências de aumento salarial, a categoria se baseou no desempenho do setor no primeiro semestre deste ano. Até agora, o lucro consolidado dos bancos atingiu R$ 11,91 bilhões, valor 27,2% superior ao mesmo período do ano passado.
Os bancos no país que mais faturaram no primeiro semestre foram o BB (Banco do Brasil), com lucro líquido de R$ 3,888 bilhões, Bradesco (R$ 3,312 bilhões), Itaú (R$ 2,958 bilhões) e Unibanco (R$ 1,068 bilhão).
Só o BB já registra um crescimento de 96,4% na comparação com os seis primeiros meses de 2005. No ano passado, o banco acumulou lucro líquido de R$ 4,153 bilhões. O lucro do setor está ligado ao crescente aumento das tarifas, especialmente as relacionadas a crédito, de maior demanda.
Segundo o levantamento divulgado neste mês pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), de cada 10 tarifas cobradas pelos bancos, 9 tiveram aumento muito acima da inflação entre 2001 e 2006. O pagamento dos bancários é retirado do valor arrecadado com essas tarifas. Até o fechamento desta edição, nenhum representante da Fenaban comentou o assunto.
Fonte: Diário do Grande ABC
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