24/08/2006 -
Mais dois sem-terra presos em PE
RECIFE - Dois integrantes do MST acampados no município de Sertânia, no sertão de Pernambuco, foram presos ontem, e encaminhados para o presídio do município de Arcoverde. A mobilização do MST para libertar o coordenador nacional do movimento, Jaime Amorim, se estende agora para a libertação desses outros dois sem-terra.
A direção estadual do MST não sabia, até a tarde de ontem, a motivação do mandado de prisão, decretada no dia 17, do juiz de Sertânia, Gilvan Macedo. Entidades dos direitos humanos, movimentos sociais e políticos fazem manifestação em frente ao Palácio da Justiça, no Recife, pela libertação de Amorim. O ouvidor agrário nacional, Gersino Silva é esperado hoje em Pernambuco, quando serão realizadas manifestações contra a prisão dos integrantes do MST.
Em BH, dissidentes denunciam irregularidades ao MP
BELO HORIZONTE - Sete famílias dissidentes do assentamento BandeirA Vermelha, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), na fazenda Sanharó, em Montes Claros (MG), denunciaram ao Ministério Público Federal (MPF) supostas irregularidades que estariam sendo cometidas pelos líderes do movimento no local.
Na segunda-feira, cerca de 30 pessoas acusaram o MST de alugar pastos de fazendas desapropriadas para reforma agrária, desviar recursos públicos e permitir que alimentos repassados pelo governo federal estragassem. O coordenador do MST no Norte de Minas, Cristiano Meireles, líder do assentamento, classificou como absurdas as denúncias e disse que as famílias foram expulsas da Sanharó por indisciplina. "Devem estar meio rancorosas", afirmou.
MST volta a queimar fazenda no Pará
BELÉM - A polícia do Pará abriu inquérito para apurar novo ataque de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) à fazenda Peruano, localizada em Eldorado dos Carajás, no Sudeste do estado. A área, pertencente à família Mutran, teve parte da sede queimada na terça-feira. Durante a ação de 150 lavradores sem-terra ligados ao movimento, quatro bois foram mortos.
Com medo, empregados da fazenda fugiram, comunicando o fato na delegacia de Parauapebas. A depredação foi uma resposta do MST à reintegração de posse de mais de vinte fazendas na região pela tropa da Polícia Militar, que cumpre decisão da Vara Agrária de Marabá.
Em março passado, a sede da propriedade já havia sido invadida, saqueada e queimada por invasores do MST que ocupavam os fundos da fazenda. Os líderes do movimento tiveram a prisão preventiva decretada pela justiça. Um laboratório de genética animal e três tratores foram destruídos e os móveis saqueados. O pecuarista Evandro Mutran acusa o MST de matar um boi da raça nelore avaliado em R$ 1,5 milhão. O movimento diz que parte da fazenda foi "grilada" do Estado e exige a desapropriação da fazenda para o assentamento de mais de 600 famílias.
Mutran pediu a seus advogados para ingressarem com nova ação por danos materiais contra o MST. Em resposta, o movimento se diz disposto em manter as invasões em terras dos Mutran, maiores latifundiários da região. Ele avalia em mais de R$ 5 milhões seus prejuízos com as constantes depredações da fazenda promovidas pelo movimento.
O líder do MST Alberto Lima, o Tim Maia, é apontado por empregados da fazenda e por policiais como o maior incentivador dos ataques. Ele foi preso em março, durante o despejo de sem-terra de várias fazendas. Para Lima, a família Mutran exerce seu poder sobre a polícia do Pará e tem contra si acusações de prática de trabalho escravo. O MST diz que os Mutran são os que mais resistem à implantação da reforma agrária no Sul paraense.
Fonte: Tribuna da Imprensa
|