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24/08/2006 -

Diretores acusados de traição são suspensos

Da Reportagem

A crise surgida semana passada no comando do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos e Região teve desdobramento na última segunda-feira com a suspensão, por 60 dias, dos diretores Luiz Carlos de Souza, Alcides Fagundes da Silva da Silva Filho e Moacir Alves, todos aposentados, que estão sendo acusados de traição.

A decisão foi tomada em reunião da diretoria, com a participação dos três punidos, que terão um prazo para se defender. O presidente interino da entidade, Florêncio Resende de Sá, explicou que, depois isso, haverá nova reunião, também com a presença dos acusados, para dar encaminhamento ao processo .

Vamos dar oportunidade para eles se defenderem, mas, dependendo do que ficar constatado, poderão ser expulsos da categoria, disse Florêncio, salientando que, nesse caso, a decisão terá de partir de assembléia dos associados do sindicato.

Na reunião de segunda-feira, com a participação de 28 membros da diretoria, a votação da proposta de afastamento dos acusados registrou empate. Na sequência, foram apresentadas duas novas propostas; uma de afastamento voluntário e outra de advertência por escrito e suspensão por 60 dias, que acabou sendo aprovada.

Um dos diretores punidos, o aposentado Luiz Carlos de Souza, reclamou da decisão argumentando que, como houve empate na primeira votação, o processo deveria ser arquivado. Segundo ele, a acusação do presidente interino do sindicato de que o grupo teria ido à subsede da CUT na região para pedir intervenção no sindicato não procede.

Nós fomos à subsede da CUT para saber se o sindicato poderia ser prejudicado no futuro por ter deixado de repassar à central o percentual referente à contribuição dos associados, já que a diretoria passou a enviar esse dinheiro (3% da arrecadação do sindicato), mensalmente, para a Intersindical, que é uma das correntes políticas da CUT.

Falido

Souza explicou que a preocupação com o repasse de recursos é porque o sindicato está falido, acumulando uma dívida de R$ 45 mil por mês. Conversamos sobre o problema com uma moça que atua na subsede da CUT e quando voltamos para o sindicato fomos recebidos como traidores.

Ao contrário das declarações de Florêncio, Souza garante que não se avistou com o coordenador regional da CUT, Francisco Nogueira da Silva (também presidente do Settaport).

Não o conhecia e nunca havia conversado com ele até a última segunda-feira quando o procurei em função da denúncia de Florêncio, publicada domingo em A Tribuna. A única coisa que eu quero é que o Florêncio libere os documentos contábeis do sindicato para solicitar a realização de uma auditoria.

Desconhece

Citado por Florêncio na reportagem, Francisco Nogueira esclareceu, por meio de nota, que desconhece o assunto e que não recebeu em nome da CUT nenhum pedido referente a denúncia de irregularidades na atual administração do Sindicato dos Metalúrgicos. E completa: A Central não intervém em questões ligadas ao âmbito interno-administrativo.

Fonte: A Tribuna