01/09/2006 -
Sem acordo, bancário pressiona banco
Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
Como os bancários ficaram mais uma vez sem novas propostas salariais, a categoria volta às ruas nesta segunda-feira para pressionar os bancos. O movimento abrange todo o país e antecede a quarta rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancos e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), prevista para a próxima semana, mas sem data definida. No Grande ABC, a estimativa é que cerca de dois mil bancários participem da manifestação.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Maria Rita Serrano, os bancários da região vão retardar em uma hora a abertura de pelo menos 50 agências. "Nossa intenção é mobilizar os grandes centros bancários do Grande ABC", afirma Maria Rita.
Na última reunião, realizada no dia 29, a categoria reforçou a necessidade de aumento real de 7,05%, além da reposição da inflação e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de 5% do lucro linear, mais um salário acrescido de R$ 1,5 mil. Os bancários querem também a 13ª cesta-alimentação e o 14º salário, benefícios rejeitados em todas as rodadas de negociações. "A resposta dos bancos é que o ano só tem doze meses. Esse argumento é um absurdo", reclama o presidente da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Vagner Freitas.
Para a presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, o movimento de segunda é um "ultimato". Maria Rita acredita que se nenhuma proposta for apresentada na quarta reunião, os bancários poderão organizar uma paralisação maior. "A greve não está descartada", alerta.
Conquistas As reivindicações dos bancários não se limitam às questões salariais. Na última reunião, a categoria conseguiu avançar em três aspectos classificados como "essenciais" na campanha assédio moral, saúde e segurança. Para cada ponto, uma comissão será montada com o objetivo de apresentar resultados e mudanças aos bancos.
A primeira rodada de negociação sobre a área da saúde acontece no próximo dia 13, já o grupo responsável pela questão de assédio moral terá 180 dias para iniciar a implementação de mudanças. As discussões sobre segurança serão agendadas assim que encerrada a campanha salarial.
Fonte: Diário do Grande ABC
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