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05/09/2006 -

Bancários ameaçam paralisação

Motivo seria a falta de negociação com Fenaban; sindicato fez manifestação em BM ontem

Sul Fluminense

O presidente do Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, Cláudio Barbosa, afirmou ontem que caso as negociações com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não avancem, até no máximo a próxima semana, os bancários podem realizar uma paralisação ou um atraso de abertura de agência no Sul Fluminense.

Na próxima terça-feira, dia 12, em São Paulo, a Fenaban e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) vão se reunir para a quarta rodada de negociação salarial. A reunião aconteceria hoje, mas foi adiada para semana que vem, a pedido da Fenaban.

Os bancários querem 7,05% de aumento real, mais a reposição salarial, com base ao Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Socioeconômicos), que deve fechar em 2,5%, totalizando um aumento de 9,55%, aproximadamente. "Se a Fenaban não apresentar uma contraproposta, deveremos fazer um protesto", disse Cláudio Barbosa.

Ontem, o sindicato do Sul Fluminense realizou uma manifestação na avenida Joaquim Leite, no centro de Barra Mansa, onde há a maior concentração de agências bancárias da cidade. A idéia do movimento, segundo Cláudio, foi informar aos clientes de que bancários estão em negociação com a Fenaban. A data base da categoria começou no dia 1º de setembro. "Informamos aos clientes sobre a importância da ampliação do horário de funcionamento dos bancos. Mas, para isso, deverá haver contratações", disse Cláudio Barbosa.

Além do reajuste salarial, a categoria pede uma distribuição de 5%, da PLR (Participação de Lucros e Resultados) do lucro líquido dos bancos de forma linear para todos, mais um salário bruto acrescido de R$ 1,5 mil. Os bancários reivindicam a ampliação do horário de atendimento bancário com dois turnos de trabalho (das 9 às 17 horas). Os trabalhadores fariam um turno de seis horas.

O sindicato quer ainda que o piso salarial passe de R$ 839,93 para R$ 1,5 mil, além do aumento do auxilio creche para um salário mínimo. Hoje, o auxilio está em R$ 165,34. Os bancários querem uma cesta-alimentação de R$ 300 (valor atual 230,02); gratificação de caixa de R$ 500 (valor atual R$ 226,65); 13ª cesta-alimentação; e 14º salário.

Em nota divulgada à imprensa, o presidente da Contraf, Vagner Freitas, afirmou que a idéia das manifestações é pressionar os donos dos bancos e o governo federal para a importância. "Neste momento, eles (banqueiros) estão radicalizando, negando tudo o que pedimos, inclusive reajuste de salário", disse ele.

- É absurdo que o setor que mais lucra neste país negue também a melhora da Participação nos Lucros e Resultados. Para nós, a lógica é simples, se eles estão ganhando mais por causa do esforço dos trabalhadores, têm de repassar uma parte maior afirmou Freitas.

Segundo afirma o presidente da Contraf-CUT, ainda na nota divulgada à imprensa, nas atividades é importante mostrar também para os clientes o que os bancos vêm fazendo. "O setor financeiro brasileiro é o que cobra o empréstimo mais caro do mundo, tarifas extorsivas e dá em troca filas e insegurança. Só no último ano morreram dez bancários. Esse absurdo tem de acabar, a sociedade brasileira não pode conviver com essa situação".

Fonte: Diário do Vale